Cenário de juros e Selic a 14,75%: como isso afeta o custo de financiamento de lançamentos

Em sua reunião de 7 de maio de 2025, o Copom elevou a Selic em 0,50 p.p., de 14,25% para 14,75% a.a., reforçando o compromisso com o combate à inflação ao sinalizar manutenção de viés restritivo. O impacto sobre o mercado imobiliário é imediato: cada ponto percentual de alta na Selic eleva, em média, 0,43 p.p. nas taxas de financiamento imobiliário, pressionando principalmente a classe média e aumentando o custo de captação para incorporadoras e investidores. No caso dos lançamentos residenciais, o custo médio de funding por meio da poupança — que corresponde a cerca de 70% da Selic, resultando em aproximadamente 10,33% a.a. de base de captação — somado ao spread bancário, configura taxas de financiamento que atualmente giram em torno de 11% a 12% a.a. para imóveis de médio e alto padrão, impactando diretamente o valor das parcelas e o planejamento financeiro dos investidores. Apesar disso, as projeções do Relatório Focus de maio apontam manutenção da Selic em 14,75% ao final de 2025, mas cenários de inflações persistentes podem levar economistas a revisitar estimativas de alta até 15,25% a.a. Diante desse cenário, recomenda-se que investidores calibrem simulações de financiamento considerando diferentes cenários de Selic, reforcem o valor de entrada e optem por prazos mais curtos ou sistemas de amortização.